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Paisagem do Desert C

Uma história que vai te envolver do início ao fim!

Prepare-se para conhecer a história de Zahra e Jack e até onde o amor verdadeiro chega para superar as dificuldades...

"... Beijar Zahra era uma sensação tão incrível, que Jack 
não aguentou e começou a intensificar rapidamente seus 
toques. Ele soltou os braços dela e agarrou suas costas, 
trazendo seu corpo para mais perto enquanto brincava com 
sua língua na boca dela. 
O corpo de Zahra estava derretido e todo relaxado e 
Jack aproveitou para segurar ela com seu abraço, passando 
uma mão em sua cintura e erguendo-a para poder beijá-la
mais intensamente, enquanto sua outra mão segurava sua 
nuca, com medo que ela pudesse fugir.
Ele nunca sentiu uma atração tão forte por alguém 
como sentia com Zahra. Eram tantas emoções e tanta 
intensidade juntas, que Jack simplesmente se sentia como 
se estivesse intoxicado, só obedecendo seus instintos como 
se tudo dependesse só daquilo. 
Zahra, por sua vez, começava a sentir seu corpo 
voltar aos poucos daquela sensação anestésica e se agarrou 
em Jack, colocando suas pernas ao redor de sua cintura e 
segurando sua nuca com as duas mãos, intensificando 
ainda mais o beijo. As vestes dela estavam atrapalhando 
um pouco, mas ela não se importou e ergueu a barra para 
poder se agarrar ainda mais àquele homem.
Aquela iniciativa foi demais para Jack. Sentir o calor 
do corpo de Zahra mais perto dele e sua nítida vontade de 
responder aos seus beijos, deixou ele em êxtase! Ele não 
aguentou mais e se ajoelhou, ainda segurando a moça, e a
deitou no chão, enquanto retirava as vestes dela. 
Aos poucos, a pele de Zahra foi sendo descoberta e 
ele pode ver aquela pele macia e delicada se destacando no 
meio dos fios de cabelo pretos e levemente ondulados. 
Zahra era uma obra de arte que Jack estava descobrindo a 
cada toque e a cada beijo. Ele passava a mão pela pele da 
moça e beijava seus lábios, enquanto a despia e descobria 
cada centímetro de Zahra.
..."

Gostou do trecho?
Então leia desde o início agora mesmo: 

Prólogo 
................................................................

Nova Iorque, 11 de setembro de 2001. 


A sala de reuniões estava com um ar requintado 
aquele dia e muitas coisas ainda precisavam ser 
organizadas, mas Kate não se sentia nem um pouco 
abalada. Todo o seu esforço de anos estava sendo 
recompensado, finalmente, depois do desligamento da 
pessoa mais corrupta que ela teve o desprazer de conhecer 
em muito tempo. Ela sabia que aquele seria o ano mais 
promissor na sua carreira e não havia mais ninguém que 
poderia impedir isso. 
Após organizar todos os slides que precisaria para a 
apresentação, ela olhou para sua assistente, Mary, e sorriu. 
— Estou com um bom pressentimento, Sra. Smith. –
disse Mary, checando toda a papelada. – A senhora pensou 
em tudo mesmo. Tenho certeza que James não terá 
nenhuma chance contra a senhora. 
— Eu também estou com um bom pressentimento, 
Mary. – disse Kate, animada. – Vamos arrasar! 
Elas continuaram arrumando as coisas, mas foram 
distraídas por um barulho de criança chorando na sala ao 
lado. 
Kate riu e deu uma piscadela para Mary, indo até a 
porta. 
— Mary, termine de arrumar as coisas, por favor. 
Minha pequena deve estar faminta. – disse Kate, sorrindo. 
— Claro! Ainda são oito horas e a senhora sabe que as 
pessoas sempre atrasam alguns minutinhos. Eu chamarei a 
senhora quando todos chegarem. Pode cuidar da sua 
pequena com calma. – disse Mary. 
– Obrigada, Mary. – agradeceu Kate, saindo da sala 
de reuniões e indo até a porta do lado, onde teria mais 
privacidade com sua filha. 
Apesar de Annie ter somente cinco meses, ela parecia 
sentir a presença da mãe há quilômetros de distância e 
começou a chorar ainda mais alto assim que Kate entrou na sala. 
Jack, seu marido, fechou a cara, enquanto balançava 
Annie de um lado para o outro, tentando acalmá-la. 
— Ela estava bem até agora! – disse Jack, 
aparentemente chateado. – Só chorou um pouco porque o 
brinquedo caiu no chão. 
— Eu sei. – disse Kate, rindo da atitude dele. – Pelo 
horário, ela deve estar com fome. Mary agendou a reunião 
às oito e meia para dar tempo de Annie mamar e dormir. 
Kate se sentou na cadeira e baixou a blusa para Annie 
conseguir mamar. Por sorte, sua filha tinha um apetite 
ótimo e daria o tempo perfeito para que ela conseguisse 
voltar para a reunião a tempo. 
— Não sei como você consegue. Você nem parece 
cansada! – disse Jack, sentando com tudo na cadeira ao 
lado. 
— Eu amo meu trabalho, só isso. – disse Kate, vendo 
Annie mamar, animada. 
— Mas você quase não dormiu essa noite! Primeiro 
por causa da reunião e depois por causa de Annie. – disse 
Jack, olhando bem para o rosto da esposa – E você nem está 
com olheiras! 
Kate riu, se divertindo. Ela sempre foi muito ativa, 
realmente, mas desde que Annie nasceu, parecia que a 
energia dela estava nas alturas! Ela não sabia se era só por 
causa da maternidade ou se para provar para seu chefe que 
ela merecia ser promovida, mesmo com Annie ainda 
pequena. 
— Você quer que eu pegue algo? Um café ou um chá, 
talvez? – perguntou Jack, enquanto observava Annie 
mamar com determinação. 
Kate pensou por um momento e então deu um largo 
sorriso para o marido. 
— Que cara é essa? Você quer alguma coisa? Posso 
pegar um café no andar debaixo rapidinho, se preferir. –
perguntou Jack, ainda distraído com Annie. 
— Não quero café, mas tem algo que acho que me 
ajudaria muito na reunião de hoje. – disse Kate, fazendo 
suspense. — Eu quero o laranjinha!
O laranjinha é um doce de damasco que Jack 
comprou para ela no primeiro encontro deles. Desde então, 
ele se tornou o doce favorito de Kate. 
Jack olhou para Kate, incrédulo. 
— Kate, são oito da manhã! Você quer um doce 
agora? – perguntou Jack. 
— Sim. Você mesmo disse que eu não dormi nada 
essa noite. Logo, são praticamente duas da tarde no meu 
relógio biológico! – brincou Kate. 
— Mas... o laranjinha está há quatro quarteirões 
daqui! Não consigo chegar a tempo para sua reunião. –
reclamou Jack. 
Kate piscou os cílios e sorriu para o marido. 
— Por favorzinho! Eu preciso muito do laranjinha! –
implorou Kate, fingindo um bico de tristeza. – Vou comer 
para comemorar minha promoção de hoje! 
Jack olhou a atuação forçada de Kate e riu. 
— Ok. Vou pegar o laranjinha. – disse Jack, 
levantando-se em um salto, com receio de que, se pensasse 
demais, ele iria desistir da missão. – Mas não prometo que 
chegarei antes da reunião começar. Você acha que Mary 
poderia cuidar de Annie por alguns instantes? 
— Claro, ela vai adorar! Mas nem será necessário. 
Tenho certeza que meu marido soldado conseguirá trazer 
o laranjinha para mim até o início da reunião. – disse Kate, 
rindo do marido. – O pessoal sempre atrasa uns quinze 
minutos. Não se preocupe. 
Jack riu e pegou sua carteira. Ele deu um selinho na 
esposa e um beijo na testa da filha e saiu, andando o mais 
rápido que podia para conseguir chegar a tempo. 
Entretanto, bem naquela hora o elevador demorou muito 
para chegar e seria humanamente impossível descer as 
escadas, pois Kate trabalhava no 89º andar da Torre Norte 
do World Trade Center. 
Até o momento em que o elevador chegou no térreo e 
ele foi correndo por quatro quarteirões movimentados de 
Manhattan até a doceria, já eram oito e meia. Infelizmente, 
não daria tempo de ele chegar até o início da reunião. 
Jack pegou o celular e ligou para Kate. 
— Não tem problema, querido. – disse Kate, 
tranquila. – Traga dois laranjinhas então que está tudo 
certo. 
— Acho que sua intenção era essa desde o começo. –
brincou Jack. – Boa reunião. Tenho certeza que vai dar tudo 
certo. – e desligou o telefone. 
A fila da doceria estava enorme. Aparentemente, era 
comum comprar doces tão cedo naquela região e só Jack 
não sabia. 
Quando finalmente chegou a vez dele de pegar os 
doces, Jack ficou aliviado e pegou a caixinha perfeitamente 
embrulhada com dois laranjinhas de damasco. Ele se 
lembrou do dia em que comprou o primeiro laranjinha 
para a esposa e que teve essa ideia porque achou a caixa 
muito bonita. 
Na época, Kate colocou o doce na boca e, ainda 
apreciando, ela perguntou o nome, encantada com o sabor. 
Jack não sabia responder e só disse: “Laranjinha!”. Mesmo 
sabendo que não era esse o nome correto do doce, Kate riu 
e eles o batizaram dessa forma desde então. 
Jack pagou os doces e foi se direcionando à saída, 
analisando se não seria justo comprar mais um doce para a 
esposa ou não. Afinal, ela estava lutando muito para 
conquistar a promoção na empresa. 
Entretanto, ele não teve tempo para decidir, pois um 
estrondo invadiu a rua, seguido de um barulho 
ensurdecedor de vidros estilhaçando e, segundos depois, 
uma escuridão de poeira no ar. 
Jack se abaixou no chão da doceria, sem entender 
nada do que estava acontecendo. Ele ouviu gritos e mais 
gritos de pessoas desesperadas do lado de fora e começou 
a tossir, engasgando com a poeira. Desnorteado, ele saiu da 
doceria, para tentar entender alguma coisa, mas só via 
pessoas correndo na direção oposta ao prédio de Kate. 
Jack sentiu um arrepio na espinha e correu em 
direção à onda enorme de poeira que se formou, 
empurrando as pessoas que vinham de repente em sua 
direção. A poeira estava muito alta e ele não enxergava 
quase nada, mas continuou caminhando e empurrando as 
pessoas que vinham, para abrir passagem. 
Jack não havia percorrido mais do que meio 
quarteirão, quando um segundo estrondo veio e,
novamente, mais vidro estilhaçando e mais uma onda 
enorme de poeira. Uma pessoa surgiu de repente e bateu 
com tudo em Jack. Ele perdeu o equilíbrio e caiu de costas 
para trás, batendo a cabeça forte no chão e desmaiando 
instantaneamente, sem saber ao certo se Kate e Annie 
estavam bem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Capítulo Um 

................................................................


Afeganistão, 17 de agosto de 2012.


— Você está muito mal humorado hoje! O que 
aconteceu? – disse Bill.
Por mais que Jack estivesse acostumado com o bom 
humor diário do seu colega, ele não estava tendo um bom 
dia. Desde que o dia começara, tudo estava dando errado. 
Como de costume, ele não tinha dormido quase nada, mas 
as manhãs costumavam ser sempre rotineiras e, na medida 
do possível, mais calmas. Naquela manhã, desde que 
acordou, coisas estranhas estavam acontecendo: a garrafa 
de café caiu e queimou sua mão, ele derrubou os alteres do 
centro de treinamento nos pés e, para piorar, seu café da 
manhã, que já não era lá muito saboroso, estava com gosto 
de estragado. De certo, ele passaria mal mais tarde. 
Além disso, uma enxaqueca horrível que veio desde 
que ele abrira os olhos, parecia ter piorado depois de passar 
a tarde toda naquele calor terrível do Afeganistão. 
Bem distante, como se a voz estivesse abafada, ele 
escutava a voz de Bill falando sem parar ao seu lado. Seu 
colega sempre fora brincalhão e muito alto astral, o total 
oposto de Jack, que era mais quieto e reservado. Ele gostava 
do colega e tinha muita consideração por ele, mas naquele 
dia, em especial, ele preferia que o amigo estivesse bem 
longe para que ele pudesse ficar sozinho e sofrer com sua
enxaqueca em paz. 
Eles receberam ordens para ficar em uma base 
diferente hoje, na parte superior de uma khāne, uma 
tradicional casa afegã, construída com pedras, madeiras e 
adobe (tijolos de barro seco ao sol). 
Jack estava com a sensação estranha que o dia só iria 
piorar, mas também não sabia dizer o porquê daquela 
sensação. Talvez fossem os acontecimentos daquela manhã, 
a enxaqueca, a dor na mão queimada ou o pé, machucado 
pelos alteres. 
Ou talvez Bill estivesse exclusivamente mais irritante 
hoje!
Ele nunca foi uma pessoa muito comunicativa e 
muito menos bem humorado como Bill, mas com certeza 
seu amigo deve ter percebido que ele estava bem mais 
irritado do que o normal. Nem seus comuns resmungos 
estavam presentes hoje, dando lugar somente a um silêncio 
pesado e ameaçador. 
Mesmo diante do mal humor de Jack, Bill insistia em 
conversar. Definitivamente, o colega de Jack não tinha 
muita noção do que fazer nesses momentos. 
O fato é que Bill sentia falta da família e falar deles e 
de sua cidade Natal era uma forma de diminuir a saudade. 
Jack sabia disso e, por esse motivo, ele sempre deixava que 
o amigo falasse, mesmo que aquilo o irritasse um pouco. 
Eles estavam no Afeganistão há apenas três meses e 
ainda faltavam mais quatro para cumprir o prazo dessa
implantação, que era o período que eles deveriam cumprir 
em serviço militar, para depois voltar para os Estados 
Unidos. Jack já perdeu as contas de quantas vezes ele já 
tinha voltado pra lá e, sinceramente, ele não se importava 
de ficar no Afeganistão permanentemente. Voltar para os 
Estados Unidos era doloroso demais e trazia uma sensação 
de impotência que ele não conseguia suportar. Mesmo 
quando visitava sua mãe e seu irmão, ele achava que não 
estava cumprindo seu dever e que não pertencia mais 
àquela rotina. Ali, pelo menos, ele se sentia que estava 
fazendo algo. Sentia que estava sendo útil. 
— Tenente, suspeito avistado saindo do edifício de 
três andares à Noroeste. – disse Bill, avistando algo pelo 
binóculo de alta potência. 
Jack rapidamente trouxe seu foco para o momento 
presente e olhou pelo scope, a mira telescópica do seu rifle.
Ele direcionou seu equipamento à noroeste e avistou o 
suspeito indicado por Bill. O homem, vestindo uma túnica 
típica dos afegãos, conhecida como shalwar kameez, estava 
descendo devagar por uma rua estreita e olhava 
constantemente para os lados, como se estivesse 
procurando alguém. Seu comportamento e sua aparência 
batiam com as descrições do alvo que eles estavam 
procurando. 
— Spotter, suspeito visualizado. – disse Jack, 
observando bem seu alvo através da lupa. Logo em 
seguida, Jack aciona seu rádio para falar com a cadeia de 
comando. – Aqui é o Tenente Smith, posição Bravo-Charlie, 
suspeito visualizado, aguardando instruções. 
— Tenente Smith, cadeia de comando, recebido. 
Descreva a situação do suspeito. – disse a voz do rádio. 
— Suspeito é um indivíduo alto, dentro das 
descrições, descendo a rua estreita à noroeste. 
Aparentemente saiu do prédio abandonado no fim da rua. 
Não sabemos se está armado. Solicito instruções sobre 
engajamento. – informou Jack. 
Um momento breve se passou, até a resposta veio: 
— Tenente Smith, mantenha a observação e aguarde. 
Confirme se o suspeito apresentar ameaça iminente. 
Aguardando atualizações. – disse a voz do rádio. 
Jack e Bill sentiram a tensão dos ombros aumentar, 
enquanto observavam o suspeito. Nesses momentos, eles 
ficavam com a respiração ficar curta e pesada, mas ainda
assim silenciosa. Eram momentos comuns na rotina deles e 
aconteciam todos os dias, mas mesmo assim a ansiedade 
em saber ou não se deveriam atirar, sempre estava 
presente. Afinal, ninguém gostaria de atirar em um civil e, 
infelizmente, isso não era algo incomum. 
O suspeito parou de andar, mas ainda assim 
continuou a olhar para os lados. Jack e Bill aguardaram por 
alguns minutos, até que avistaram um outro homem se 
aproximando do suspeito. Os dois se cumprimentaram e o 
suspeito colocou a mão dentro de suas vestes. 
Jack e Bill se preparam para reportar à base o que 
estavam acontecendo, mas aguardaram por um momento 
para ter a confirmação se era uma arma, bomba ou outro 
objeto que estava nas mãos dele. 
Para o alívio deles, o homem retirou uma caixa 
pequena de sua túnica. Era uma caixa muito bonita, mas 
não grande o bastante para guardar algo perigoso dentro. 
— Spotter, consegue ter melhor visualização? –
perguntou Jack, se direcionando a Bill. 
Bill demorou um segundo e respondeu: 
— Consigo avistar uma caixa pequena somente, 
tenente. – disse.
Eles esperaram um instante até que o homem abriu a 
caixa e sorriu para o conteúdo que estava dentro dela. Ao 
sorrir, suas mãos se levantaram e Jack e Bill conseguiram 
ver o conteúdo. Para o alívio deles, se tratava de um colar. 
— Aqui é o Tenente Smith. Suspeito não confirmado.
– disse Jack para o rádio. 
Eles automaticamente relaxaram um pouco, mas 
ainda assim com o estado de alerta sempre presente. Jack 
usou sua lupa e fez uma varredura no local, olhando cada 
cantinho com precisão. Ele era bom no que fazia e por isso 
tinha se destacado tão rapidamente no exército. Além de, é 
claro, estar sempre disposto a voltar para o Afeganistão, 
quando a maioria não queria nem ir até lá.
— Preciso fazer uma pausa, tenente. – disse Bill. 
Jack assentiu, sem tirar os olhos da lupa e escutou Bill 
se arrastar devagar até um ponto cego, se levantar e sair 
pela porta, escondida sob um véu. Eles seguiam os 
protocolos à risca para não serem avistados e garantir sua 
segurança. 
Jack quase não fazia pausas. A vida no exército era 
tão estressante que ele não sentia fome e dificilmente 
conseguia dormir. Ele procurava se hidratar bem, até 
mesmo para manter o foco durante o período de serviço, 
mas todas essas questões físicas eram como uma obrigação 
para ele. Jack não sentia mais vontade de comer, beber ou 
dormir há muito tempo. Apesar de ter somente trinta e sete 
anos, alguns cabelos brancos até começaram a aparecer, 
talvez por estresse, mas seus cabelos dourados disfarçavam 
bem. Jack tinha os olhos azuis, que herdara de sua mãe, e o 
corpo forte e definido. Como um bom tenente, ele sempre
seguia suas obrigações e era muito criterioso em cada 
missão. 
Bill nem imaginava, mas no passado Jack era uma 
pessoa alegre, com alguns amigos sempre próximos e uma 
vida saudável e feliz. Ele sempre chamara atenção das 
mulheres e sua aparência física ainda deixava suspiros por 
onde andava. Entretanto, Jack nem se importava com isso. 
Desde que perdera Kate e Annie, ele só estava 
sobrevivendo, para dizer a verdade. 
Seus olhos continuaram muito ágeis no scope de seu 
rifle, seguindo cada canto de seu campo de visão e olhando 
todos os andares dos prédios, do topo até o térreo. Jack 
continuou seu trabalho minuciosamente e com cuidado. 
Ele sentiu uma rara brisa bater em seus cabelos loiros, 
enquanto sua visão foi direcionada para o leste, ainda 
seguindo seu protocolo de observação. Sua atenção foi 
direcionada para uma cortina de uma janela, que dançava 
com o vento escasso. Por algum motivo, ele parou por um 
momento ali. Um instante depois, ele avistou uma mulher, 
usando um hijab branco, abrindo a cortina e admirando a 
paisagem. Os olhos dela foram se movendo até que 
pararam em um ponto específico: exatamente na direção de 
Jack. Era como se ela o avistasse, mas ele sabia que isso não 
era possível. Não na distância em que Jack estava. 
Jack percebeu uma sensação estranha em seu corpo. 
No momento em que os olhos da mulher pararam na 
direção dele, ele sentiu um arrepio em toda a espinha. Sua 
respiração parou e ele continuou olhando fixamente para a 
mulher através de seu scope. Mesmo que não fosse possível
avistá-lo de tão longe, ele ainda sentia como se ela estivesse 
olhando diretamente nos olhos dele. 
Uma sensação de frio na barriga invadiu seu
estômago, que foi crescendo de uma forma muito rápida, 
como se ele estivesse em queda livre. Engraçado. Ele nunca 
havia sentido isso antes só de olhar para alguém. 
A mulher finalmente direcionou seu olhar para outro 
lugar e Jack inspirou, profundamente. Seus olhos estavam 
secos, como se não tivesse piscado por muito tempo. Ele 
também percebeu que estava prendendo a respiração e a 
sensação de frio na barriga foi diminuindo aos poucos. 
Ele continuou observando a mulher enquanto ela 
olhava para a paisagem. Apesar de estar distante, Jack pôde 
observar um olhar profundo, ao mesmo tempo triste e 
esperançoso. Seu hijab, era de um branco delicado e 
cuidadosamente caía por seus ombros. Ela tinha as 
sobrancelhas perfeitamente desenhadas e grandes olhos, 
com cílios extensos e curvados. Seus olhos, Jack pode 
observar mesmo de longe, pareciam ser de um castanho 
diferente. Ele não sabia descrever. Pareciam... da cor da
areia do deserto. 
Que observação mais estranha! Ele não estava 
acostumado a prestar atenção nesses detalhes. Mas Jack 
não conseguia parar de olhar para àquela mulher. Seus 
olhos desceram até o nariz delicado e sua boca, 
perfeitamente desenhada. Jack sabia que ela não deveria 
sair na sacada dessa forma com seu rosto tão à mostra pela 
cultura afegã e, por esse motivo, ficou se perguntando o 
que ela estava fazendo naquela janela. 
— Está tudo bem, tenente? – perguntou Bill, de 
repente, interrompendo os pensamentos de Jack. 
— Sim! – disse Jack, rapidamente, olhando para Bill e
tentando disfarçar o ocorrido, antes de voltar sua atenção 
para seu scope. 
A mulher não estava mais lá e Jack passou aquela 
tarde observando a sacada em busca daqueles olhos 
dourados, mas sem sucesso... 



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Continue lendo Zahra e se
surpreenda com uma história:

Tocante...

Envolvente...

Romântica...

e sensual!

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